ENTENDENDO A REGULARIDADE SUPERFICIAL
(Números F)
Quanto mais rigorosos os índices de planicidade e de nivelamento da camada superior de um piso de concreto, melhores serão suas condições de regularidade superficial. Estes índices podem ser aferidos e controlados de acordo com metodologias de medição já normalizadas através da norma inglesa TR34 e da norma norte-americana ASTM1155, sendo esta última a de mais larga utilização.
Norma ASTM 1155 E-96
A Norma ASTM1155 baseia-se no Sistema de Números F, concebido pela FACE Co (USA), desenvolvido especialmente para a avaliação da planicidade e do nivelamento de pisos. Este é um método estatístico onde o índice geral F é composto a partir dos seguintes índices:
• FF (Floor Flatness Number): indica as ondulações da superfície do piso
• FL (Floor Levelness Number): indica a o nivelamento (inclinação) da superfície do piso
O processo de medição é realizado através do inclinômetro computadorizado Dipstik®, também desenvolvido e fabricado pela FACE Co (USA).
Assim, a depender da finalidade de uso do pavimento, o projeto do piso deverá estabelecer os padrões
mínimos aceitáveis de planicidade (FF ) e de nivelamento (FL ), que deverão ser aferidos durante a sua
construção e que determinarão o seu aceite.
A IMPORTÂNCIA DA PLANICIDADE E DO NIVELAMENTO DO PISO
A regularidade superficial é um dos fatores que mais afetam o funcionamento das instalações industriais, pois sobre seu piso serão instalados sistemas de armazenagem verticais (estruturas portapallets, flow-rack, push-back, drive-in, etc.) e, sobretudo, onde circularão equipamentos de movimentação de materiais (veículos automáticos, empilhadeiras, transpaleteiras elétricas, paleteiras manuais, etc.).
Essencialmente, a planicidade e o nivelamento de um piso podem interferir:
1. ESTRUTURAS VERTICAIS DE ARMAZENAGEM
- Pisos que apresentam planicidade e nivelamento insatisfatórios dificultam a montagem de estruturas verticais de armazenagem e exigem a utilização de calços metálicos sob seus apoios.
- Sobretudo nos depósitos em que serão utilizados veículos automáticos (AGV’s – Automated Guided Vehicles), ou empilhadeiras trilaterais, que exigem precisão de posicionamento, índices de nivelamento insuficientes podem impossibilitar as operações de colocação e de retirada de
pallets em seus endereços, considerando que as alturas das prateleiras são programadas nos
veículos e têm tolerâncias apertadas em relação às alturas previstas para as prateleiras.
2. OPERAÇÕES DE MOVIMENTAÇÃO E ARMAZENAGEM DE MATERIAIS
O piso é a plataforma de todas as operações de movimentação de materiais. Assim, quanto maior a velocidade das empilhadeiras e demais veículos de movimentação de cargas, maior será o rendimento das operações do depósito.
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- Pisos que apresentam má regularidade superficial podem produzir vibrações excessivas nas empilhadeiras e aumentar custos e o tempo do equipamento parado para a manutenção corretiva em seus sistemas elétrico e hidráulico, além de diminuir a velocidade de tráfego.
- Boa regularidade superficial diminui as vibrações dos equipamentos e também melhora os níveis de conforto e de segurança dos operadores, reduzindo o cansaço durante o expediente.
- Também, pisos com boa regularidade superficial diminuem danos às mercadorias pela redução de riscos de colisões e de queda durante o transporte.
- Ondulações ou depressões acentuadas em corredores estreitos onde circulam veículos automáticos e empilhadeiras trilaterais guiados por sistema indutivo, os sensores poderão deixar de receber os sinais momentaneamente, provocando a perda de sinal e desvio de trajetória e consequente risco de colisão com as estruturas verticais de armazenagem.